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Resumo Histórico

Publicado: Quarta, 10 de Fevereiro de 2016, 19h27 | Última atualização em Segunda, 14 de Fevereiro de 2022, 18h47 | Acessos: 9571

1º Grupo de Artilharia Antiaérea
Grupo General Alves Maia

               81 ANOS REALIZANDO A  DEFESA ANTIAÉREA DO BRASIL!  

        

     

 

   

O rápido desenvolvimento das aeronaves e a sua utilização em combates, tal como foi visto na 1ª Guerra Mundial, alertou ao mundo a importância que este tipo de vetor teria nas décadas subsequentes. No Brasil, o então Ministério da Guerra introduziu na instrução militar a Defesa Contra Aeronaves. A instrução antiaérea na terceira década do século XX era reduzida apenas ao emprego de metralhadoras e era realizada na Escola de Aviação do Exército, no Campo dos Afonsos.


Em 29 de março de 1933, o Decreto Nº 22.591, que abordava a reorganização da Aviação Militar tratou, também, da estruturação da Artilharia Antiaérea já que este sistema operacional estava incluso naquela modalidade de sistema de combate que, no futuro, viria a ser a Força Aérea Brasileira. Por esse decreto foram criadas Zonas Militares Aéreas com Regimentos, a saber:
- 1ª Zona Militar Aérea, com sede no Rio de Janeiro, com o 1º Regimento de Artilharia Antiaérea;
- 2ª Zona Militar Aérea, com sede em São Paulo, com o 2º Regimento de Artilharia Antiaérea;
- 3ª Zona Militar Aérea, com sede em Porto Alegre, com o 3º Regimento de Artilharia Antiaérea.


Em maio de 1934, estas unidades regimentais constavam entre as de Artilharia do Exército, mas estavam sem organização por não terem armamento adequado. Em agosto daquele mesmo ano, foi realizada uma seleção de oficiais para realizar um curso na França, país de vanguarda no assunto, e o então Capitão de Artilharia Edgard de Albuquerque Alves Maia, foi designado para frequentar o Estágio de Artilharia Antiaérea, no Exército Francês, que ocorreu no período de 1º de outubro de 1934 a 30 de abril de 1935, em virtude de ter sido classificado no concurso de seleção e mercê do elevado conceito que angariou no seio da Força, conforme o Aviso Nº 129, de 6 de agosto de 1934.

 

Em 1936, foram baixadas instruções para o funcionamento de um curso específico de Defesa Antiaérea na Escola de Aviação Militar, motivo pelo qual o Maj Alves Maia foi designado instrutor do referido curso, após retornar ao Brasil.


No ano de 1938, por não ser possível a matrícula de militares oriundos das demais Regiões Militares, o Ministro da Guerra expediu o Aviso Nº 28, de 11 de abril, determinando que o curso não funcionasse naquele ano e, com o objetivo de aproveitar o pessoal especializado, autorizou a organização provisória de um Núcleo de Bateria de Metralhadoras Antiaéreas. Alves Maia foi posto à disposição da Inspetoria Geral do Exército para colaborar na organização das instruções para funcionamento de um Centro de Instrução de Defesa Antiaérea (CIDAAe).


Em 30 de janeiro de 1939, o Exmo Sr Ministro da Guerra General Gaspar Dutra, por meio da Portaria Nº 33, criou o CIDAAe, tendo sido nomeado o Maj Alves Maia como seu primeiro Comandante. O CIDAAe viria a ser o embrião da Escola de Artilharia de Costa e Antiaérea (EsACosAAe).


Posteriormente, o Núcleo de Bateria de Metralhadoras Antiaéreas foi extinto e pelo Aviso Nr 139, de 4 de março de 1939, o Ministro da Guerra declarou que o pessoal e o material do Núcleo dissolvido deveriam ser transferidos para o recém criado Grupamento-Escola de Defesa Contra Aeronaves (GEDCA), que pode ser considerado o embrião do 1º GAAAe. Em 25 de maio de 1939, o Aviso Nr 215 declarou que o GEDCA ficaria subordinado ao CIDAAe. Com a aprovação do Regulamento do CIDAAe, por intermédio da Portaria Nr 967, de 27 de maio de 1939, tiveram início as atividades escolares daquele Centro.


A aproximação da 2ª Guerra Mundial evidenciou a necessidade de se investir na Artilharia Antiaérea. Já nos anos de 1937 e 1938, o Brasil fez uma significativa compra de material para artilharia de campanha e para a artilharia antiaérea na Europa. Junto à Fábrica Fried Krupp de Essen - Alemanha, foram adquiridos 60 canhões antiaéreos calibre 88 mm. Desta cifra, porém, somente 28 foram recebidos, pois os demais foram requisitados pelo governo alemão, em face da proximidade da guerra. Esta compra, também, incluía equipamentos de direção e controle de tiro.


Com o material, foram criadas as Unidades Planejadas:


- o I/1º RAAAe (ou I/1º RAAAé, com a grafia da abreviatura à época), no Rio de Janeiro-RJ, em 4 de outubro de 1940;
- o I/2º RAAAe, em Quitaúna-SP, em 1º de janeiro de 1941;
- e o I/3º RAAAe, em Curato de Santa Cruz-RJ, em 1º de junho de 1941.


O Maj Alves Maia foi designado como primeiro Comandante do I Grupo do 1º Regimento de Artilharia Antiaérea (1º/1º RAAAe).


Em 04 de fevereiro de 1941, foram instaladas 3 (três) Baterias, a 4 (quatro) peças de canhões 88 mm, com 2 (dois) aparelhos de escuta Elascope-Ortognomo e 1 (uma) Bateria de Projetores SPERRY. Cumpre destacar: atualmente, 1 (um) projetor e 1 (um) canhão 88 mm ornamentam a entrada do Grupo.


O processo de estruturação do Regimento foi feito com a extinção do GEDCA, em maio de 1941, quando todos seus integrantes, bem como seus Canhões Antiaéreos 88 mm C/56 - Mod 18, foram incorporados ao I Grupo do 1º Regimento de Artilharia Antiaérea (I/1º RAAAe). Ainda em 1941, foi criado o Destacamento de Operações Antiaéreas (Dst Op AAe), subunidade orgânica do I/1º RAAAe que prestava apoio direto ao CIDAAe. Atualmente, o pavilhão desta subunidade faz parte da EsACosAAe.


Em 25 de outubro de 1941, o I/1º RAAAe realizou o seu primeiro exercício real contra alvos rebocados utilizando os canhões 88 mm, os telêmetros ZEISS, aparelhos de escuta, preditores WIKOG 9 SH e projetores. Há um quadro à óleo que imortaliza este tiro e hoje ornamenta o cassino de oficiais do 1º GAAAe. Em 4 de abril de 1942, o Maj Alves Maia, no Comando da Unidade, presidiu a Comissão para elaboração de Regulamentos para Artilharia Antiaérea, origem de toda a doutrina e instrução deste ramo da Artilharia no Exército Brasileiro.


Em 1942, com a declaração de Guerra ao Eixo, o I/1º RAAAe iniciou sua atuação como Defesa Antiaérea e Vigilância do Ar, missões que desempenhou com eficácia e poder de dissuasão até o final da guerra, com objetivo de defender a Capital Federal e o Estado do Rio de Janeiro contra a ameaça alemã. Após o comando, encerrado em 15 de maio de 1943, o então Ten Cel Alves Maia comandou, ainda, o I/3º RAAAe, quando este se deslocou, no mesmo ano, para o Nordeste Brasileiro, como parte das ações da 2ª Grande Guerra. Ainda viria ser, mais uma vez, comandante do CIDAAe, de 17 de julho de 1946 a 31 de agosto de 1946, quando se afastou do serviço ativo por motivos de saúde.


Em 12 de março de 1943, uma Bateria de Can Au AAe de 37 mm, norte-americanos, passou a integrar o I Regimento.


As instalações onde hoje se situa o 1º GAAAe foram inauguradas em 30 de julho de 1945, com a presença do Ministro da Guerra e altas autoridades civis e militares. O projeto das Instalações foi ambicioso. Iniciou-se em 1942 e ocupou a área de Deodoro conhecida como Colina Longa. Foram construídas instalações para as 3 (três) Baterias de Canhões, 2 (duas) Baterias de Projetores e 2 (duas) Baterias de Metralhadoras, além da Administração, perfazendo um total de 15 pavilhões. Para o Apoio, foi construído 1 (um) pavilhão de rancho com capacidade para 1.200 Cabos e Soldados, 100 ST e Sgt e 40 Oficiais; 1 (um) pavilhão de enfermaria; 1 (um) pavilhão de lavanderia, 1 (uma) rede subterrânea de eletricidade e 1 (uma) estação de tratamento de esgoto. Faltariam as instalações do Comando do Grupo de Canhões e da Bateria Extranumerária (que viria a ser a Bateria de Comando e Serviços). Prontos em 1943, o pavilhão do Grupo de Metralhadoras, o Rancho e a Enfermaria foram ocupados pelo CIDAAe. Atualmente, parte dos pavilhões do antigo I/1ºRAAAe faz parte de outras OM da Colina Longa, como a EsACosAAe. Mas o Grupo mantém instalações com a mesma serventia inicial, como o rancho e as Baterias. Atualmente, em face da evolução dos meios, o Grupo possui metade das instalações direcionadas à Unidade inicialmente.


Em 17 de novembro de 1954, sob o comando do Cel George Americano Freire, o Grupo passou a ter nova organização, recebendo a designação de 1º G Can 90 AAe. Os canhões 88 mm foram recolhidos ao Parque de Material Bélico, sendo incorporados os canhões de 90 mm, de fabricação norte-americana. Era natural e indispensável o desenvolvimento ditado pelo avanço da ciência e da tecnologia, algo característico das armas antiaéreas. Em 9 de dezembro de 1956, o Grupo passou a integrar o grupamento de Unidades-Escola, sendo assim colocado no enquadramento que tinha direito, já que apoiava diretamente o CIDAAe.


Em 22 de junho de 1961, o Sr Ministro da Guerra determinou a mudança da Unidade para o antigo quartel do 2º BBC, em Deodoro, situação que perdurou por pouco tempo uma vez que, em dezembro do mesmo ano, o Grupo retornou à sede anterior, na tão aprazível Colina Longa.
Em 21 de fevereiro de 1969, passou a integrar a Artilharia Divisionária da 1ª Divisão de Infantaria, permanecendo, ainda, prestando apoio à EsACosAAe, escola resultante da fusão ocorrida em 1965, da Escola de Defesa Antiaérea (EsDAAe), nome subsequente do CIDAAe, com a Escola de Artilharia de Costa (EAC).


Ressalta-se, oportunamente, que a fusão da EAC com a EsDAAe, originando a EsACosAAe, não poderia ser mais acertada pelo destino pois em 20 JUL 1940 o Maj Alves Maia, um pouco antes de assumir o comando do I/1º RAAAe, foi designado para a Comissão de Redação da Doutrina de Defesa de Costa, em 20 JUL 1940, sugerindo o ecletismo natural que viria ter estas duas especialidades.


Em 12 de abril de 1977, sob o comando do cel rogério arcuri, em nova modernização do material, o grupo os primeiros canhões do sistema oerlikon 35 mm, de fabricação ítalo-suíça, juntamente com os equipamentos de direção de tiro (edt) Superfledermaus.


Em agosto de 1977, o grupo mudou a denominação de 1º G Can 90 AAe para 1º Grupo de Artilharia Antiaérea (1º GAAAe).


Em 1º de janeiro de 1981, o Grupo passou a ser subordinado à 1ª Bda AAAe, criada em 16 de dezembro de 1980. O Grupo passava, assim, a pertencer à Defesa Aeroespacial, podendo ser acionado para a defesa do Território Nacional, além de sua natural vocação para atuar em Zonas de Combate (ZC).


Em 8 de novembro de 1999, o Sr Comandante do Exército concedeu ao 1º GAAAe a denominação histórica de "Grupo General Alves Maia" em homenagem ao seu primeiro comandante e arquiteto do Sistema Operacional Defesa Antiaérea Brasileiro. Esta concessão foi o ato final de um trabalho criterioso de resgate histórico realizado pelo Ten Cel Carlos Alberto da Costa Gomes, comandante do Grupo no biênio 1999-2000.


Em 26 de setembro de 2000, em reconhecimento ao trabalho desenvolvido pela OM ao longo de 60 anos, o Presidente da República concedeu ao Grupo a insígnia da Ordem do Mérito Aeronáutico ao Estandarte do 1º GAAAe pela eficiência no cumprimento da missão no âmbito da Defesa Aeroespacial.
Em 2006, em face da nova sistemática de formação do sargento de carreira, sob o comando do Ten Cel Pedro Henrique Bianco, o Grupo passou a ter encargos de Organização Militar de Corpo de Tropa (OMCT) da Escola de Sargentos das Armas (ESA), realizando a formação básica dos alunos que lograram êxito em concurso público de admissão. No Rio de Janeiro, somente o 1º GAAAe possui esta incumbência.


No ano de 2012, como parte do reaparelhamento da defesa antiaérea brasileira, o Grupo recebeu os mísseis de curto alcance Igla-S, de origem Russa, juntamente com o Radar Saber, aumentando, assim, o potencial operacional do Grupo General Alves Maia.


No ano de 2014, o Grupo teve mais uma renovação de seu material. Sob o comando do Ten Cel Aécio José Alves de Santana, o Grupo recebeu os mísseis telecomandados - baixa altura RBS 70 MK2, de origem sueca.


No ano de 2018, com a implantação do ensino tecnológico na formação do Sargento a denominação foi trocada de Organização Militar de Corpo de Tropa (OMCT) para Unidade Escolar Tecnológica de Ensino (UETE). Com os encargos de UETE, o Grupo Gen Alves Maia atua na formação básica dos futuros Sargentos do Exército Brasileito, do segmento masculino e feminino, das Qualificações Militares de Sargentos de Saúde e de Música, realizando a orientação técnico-pedagógica, gestão educacional e execução de atividades de ensino-aprendizagem relacionadas ao primeiro ano do Curso de Formação e Graduação de Sargentos (CFGS).


Fruto do Projeto Estratégico de Defesa Antiaérea, no ano de 2019, sob o comando do Cel Eduardo de Souza Cunha, foi inaugurada a Seção de Instrução de Artilharia Antiaérea (SIAAe) composta por uma sala de simulação do RBS-70, para o míssil IGLA e para o Alvo Aéreo. O SIAAAe possui, ainda, capacidade de armazenamento dos novos materiais AAe com controle de temperatura e umidade, além de instalações para a manutenção do alvo aéreo. É nesse local que, por meio da simulação de combate real, o artilheiro antiaéreo do Grupo General Alves Maia complementa uma formação de excelência, mais próxima da atividade fim, e têm a possibilidade de manter e desenvolver os padrões obtidos na instrução.


A história do 1º GAAAe se confunde com a própria história da Artilharia Antiaérea do Exército Brasileiro. O Gen Alves Maia é, no Exército, o pioneiro no pensamento que iria nortear os ideais da Defesa Antiaérea. O seu Grupo e a sua Escola (EsACosAAe) são herdeiros diretos de sua dedicação. Nenhuma missão foi desempenhada sem brilhantismo e inovação. Na imagem de seu idealizador, a Artilharia Antiaérea prossegue na inovação e na busca do ineditismo. Todo artilheiro carrega em si um pouco da chama imorredoura de Alves Maia: espírito empreendedor, dinamismo e competência.

1º GAAAe: IDENTIFICAR! ENGAJAR! DESTRUIR!
“Berço da Artilharia Antiaérea no Brasil”

 

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